PSICOTERAPIA BREVE INFANTIL

PSICOTERAPIA BREVE INFANTIL

Rita Romaro

 

“A mão que balança o berço é a mão que conduz o destino”

(autor desconhecido)

 

O desenvolvimento da criança é contínuo e tem como fator primordial o tipo e qualidade da relação estabelecida com as figuras afetivamente significativas desde sua concepção, figuras que a embalam com suas fantasias, expectativas, possibilidades e limitações emocionais. Os pais apresentam o mundo à criança de acordo com suas lentes, experiências e possibilidades.

A criança depende de um acolhimento afetivo para descobrir-se, descobrir o outro e o mundo, tarefa muitas vezes cheia de percalços. Por vezes depara-se com questões de seu mundo interno e/ou externo difíceis de serem experenciadas e compreendidas. Quando essas se apresentam de forma muito intensa ou duradoura, podem prejudicar seu desenvolvimento e suas interações, até mesmo transformar-se em sintomas.

Os sintomas revelam sofrimento emocional, dor psíquica, podendo manifestar-se  em diversas áreas da vida: escolar, familiar, mundo de relações, saúde. Com o tempo uma forma pouco adaptada de lidar com as situações de vida pode consolidar-se, juntamente com um conceito distorcido de si e de suas possibilidades, com prejuízos significativos ao processo de desenvolvimento. A Psicoterapia Breve Infantil visa auxiliar a criança a identificar, nomear e expressar suas emoções de forma mais adaptada com melhoria em sua qualidade de vida.

A Psicoterapia Breve Infantil de Orientação Psicodinâmica pauta-se na complexa relação estabelecida entre a criança e seus pais, permeada de conteúdos inconscientes, ansiedade, medos, fantasias, mecanismos defensivos que perpetuam as dificuldades e conflitos dos envolvidos, em geral com a eleição de um bode expiatório (a criança e seus sintomas). A qualidade dessa relação passa pelo nível de desenvolvimento e sanidade mental dos pais.

O sintoma da criança pode ser interpretado como um pedido de ajuda para o núcleo familiar, sendo o  trabalho com os pais fundamental nessa abordagem, seja por meio de orientação de pais ou psicoterapia com os pais paralelamente ao atendimento com a criança. Os pais também estão em desenvolvimento e precisam ser compreendidos e acolhidos, não julgados. O motivo mais comum para o abandono do tratamento são as questões conflitivas dos pais, sendo fundamental trabalhar as questões transferenciais e contratransferenciais.

Alguns casos em que a Psicoterapia Breve Infantil pode ser indicada: dificuldades de aprendizagem, dificuldades escolares (comportamentais), birras, agressividade, medos, ansiedade, depressão, tique, dificuldades de sono, dificuldades alimentares, dificuldades de relacionamento, rebeldia, dificuldade de lidar com limites e frustração, hiperatividade, agitação, atitudes desafiadoras, timidez, queixas somáticas (asma, dermatites, doenças respiratórias, problemas gastrointestinais, etc.).

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