O que é a Felicidade? Desde Aristóteles muitos filósofos a definiram sempre salientando um estado da alma, a sensação de bem-estar, paz, serenidade.
A felicidade é sempre desejada, idealizada e buscada por vezes como um fim. Mas será que a reconhecemos quando a vivenciamos? O que seria a felicidade para cada um de nós em cada momento de nossas vidas?
Considero que a felicidade, a sensação de bem-estar associa-se à autoestima, ao sentimento de confiança, de segurança, de pertencimento, de sentir-se amado e capaz de dar amor, à possibilidade de estabelecer e manter vínculos, à possibilidade de pensar, de lidar com impulsos, medos e angustias e à possibilidade de lidar com o infortúnio e se reerguer – resiliência.
O estabelecimento de vínculos inicia-se no nascimento, e com o desenvolvimento do ego a criança vai aprendendo a diferenciar suas sensações e mais tarde a nomear sentimentos e situações, vai aprendendo a lidar com seus impulsos, medos, sensações, a procurar refugio.
A disponibilidade afetiva, a estabilidade emocional de quem exerce os cuidados (em geral a mãe ao exercer a maternagem) vai moldando a visão do mundo ao apresentá-lo ao bebe, todos os dias. Discriminando os tipos de choro e incômodos, vibrando com seus sorrisos e progressos, o ensina gradativamente a aguardar, lidar com as frustrações, colocando limites e o ajudando a circunscrever seu mundo interno e externo.
Esse processo é fundamental para a construção e estruturação do ego, para que o bebe possa ir se tornando menos dependente, mais confiante, menos voraz e consiga se desenvolver de forma saudável.
Essas experiências primitivas de formas diversas acabam se reproduzindo em nossas vidas e nos acompanhando como uma lanterna que ilumina o caminho, auxiliando no enfrentamento dos obstáculos e na identificação, cuidado e desfrute do que nos proporciona prazer, felicidade, do que nos é caro, no momento que o vivemos.
A felicidade não é algo inatingível se a voracidade e o medo não nos dominarem. A felicidade pode ser encontrada nas coisas simples, corriqueiras desde que tenhamos tranquilidade e humildade para reconhecê-la.