Bullying

Bullying tem sido um termo frequentemente utilizado nos últimos anos, no entanto, o processo descrito é secular, já abordado por Anderson no conto “O Patinho Feio”.

Em diferentes contextos, níveis e intensidade, provavelmente todos nós já o vivenciamos.

Em geral o termo Bullying é empregado para descrever atos de agressão, de violência física e/ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um individuo ou um grupo, em uma relação desigual de poder, causando dor, angustia, constrangimento, provocando na vitima temor da denuncia, pouca possibilidade de defesa e temor de represálias.

O Bullying pode ocorrer em vários contextos como escolas, faculdades, trabalho, vizinhança, redes sociais, família, política…. podendo assumir a forma de ameaças, constrangimentos, apelidos, xingamentos, desmerecimentos, fofocas, intrigas (violência psicológica); agressões físicas (abertas ou veladas), cyberbullying (utilização das redes sociais, emails para difamações, noticias falsas, exposição de fotos…).

Alguns autores dividem o Bullying em duas categorias – o bullying direto (mais comum no grupo masculino) e o indireto (aquele que isola socialmente a vítima – mais comum entre crianças e mulheres).

A vitima seja criança, adolescente ou adulto acaba sendo aquela que possui algo de diferente, seja atributo físico (muito alto, magro, gordo, baixo, barrigudo, bonito, feio, usar óculos, aparelho ortodôntico, apresentar cacoete….), intelectual, financeiro, social, idioma, etnia, religião ou mesmo uma pessoa ingressante no grupo, que acaba por despertar a inveja, ou, os preconceitos desse grupo.

Em geral é uma pessoa mais tímida, mais retraída que não possui autoestima suficiente para lidar com a agressão, buscar ajuda e que é sentida pelo grupo como frágil, diferente.

O Bullying pode trazer sequelas à vida da pessoa, como a baixa autoestima, podendo propiciar o desenvolvimento de quadros depressivos, agressividade, reprodução do comportamento sofrido, isolamento social, sendo que em alguns casos pode evoluir para transtornos psíquicos mais graves.

– Como os pais podem identificar que o filho está sendo vítima de Bullying?
Alteração no comportamento, mais quieto, nervoso, temor de ir à escola ou desinteresse pela mesma, dificuldades no sono, na alimentação, enurese noturna, agressividade, isolamento, mal-estar na hora de ir para a escola (vômitos, tonturas, diarreia, febre), mostrar-se assustado ou deprimido, marcas pelo corpo (de violência sofrida), autolesões, piora no rendimento escolar…

– O que os pais poderiam fazer nessas circunstâncias?
No ambiente escolar seria interessante a criança contar aos pais e esses entrarem em contato com a escola, comunicando o fato e solicitando observação e intervenção. Os pais podem aproveitar a oportunidade para conhecer melhor a postura da instituição e a possibilidade de discutir com a mesma formas de enfrentamento da situação (é comum as escolas tenderem a negar a ocorrência do Bullying).

Os pais poderiam conversar com a criança, tentando reforçar sua autoestima e a compreensão da situação, levantando formas construtivas de lidar com a mesma, o que contribuiria para a diminuição do medo.

Cabe à escola observar, orientar, dar palestras sobre o tema, tentar conciliar as partes envolvidas e analisar o quanto o ambiente escolar pode estar propiciando tal atitude. O Bullying pode ocorrer entre os iguais (colegas), na relação professor/aluno (ameaças de reprovação, deboches, constrangimentos, xingamentos….), na relação com outros funcionários – nesse caso a escola deveria orientar e acompanhar a postura do professor ou funcionários.

Caso a escola não interceda a mesma pode responder juridicamente. Seria interessante que a família reconsiderasse se seus valores e os da instituição coincidem e se não seria melhor trocar a criança de escola.

Adultos também podem ser vitimas de Bullying tanto em ambiente escolar, corporativo, familiar, social, virtual… , por meio de comentários maldosos, depreciativos, ameaças físicas, sexuais, desvalorização de sua produção, ideias, sonegação de informações, intrigas, isolamento.

As consequências podem se manifestar por sintomas de stress, tensão, irritabilidade, depressão, ansiedade, problemas somáticos, até tentativas de suicídio, alcoolismo, uso de drogas.

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