Transtorno de Estresse Agudo

O Transtorno de Estresse Agudo pode desenvolver-se dentro um mês após a pessoa ser exposta a uma situação impactante, considerada enquanto um estressor externo traumático, acompanhado de intensa ansiedade, medo, sentimento de horror e impotência.

São considerados estressores externos traumáticos, de acordo com o DSM-IV (2000, p. 404):

  • experiência pessoal direta de um evento real ou ameaçador que envolve morte, sério ferimento ou outra ameaça à integridade física;
  • ter testemunhado um evento que envolve morte, ferimentos ou outra ameaça à integridade física de outra pessoa;
  • conhecimento sobre morte violenta ou inesperada, ferimento sério ou ameaça de morte ou ferimento experimentados por um membro da família ou outra pessoa em estreita associação com o indivíduo.

A pessoa após o ocorrido pode apresentar uma ou mais das seguintes respostas:

  • um sentimento subjetivo de anestesia (parecendo que não caiu a ficha), distanciamento ou ausência de qualquer tipo de resposta emocional;
  • pode sentir-se “como em um sonho”, como se não estivesse consciente das coisas e situações que a rodeiam;
  • sensação de ser diferente, como se tivesse perdido sua identidade, fosse estranho, até mesmo irreal, com dificuldade de organizar os pensamentos, sensação de estar flutuando (que caracterizam a despersonalização);
  • sensação de que a realidade se modificou… (que caracteriza a desrealização);
  • incapacidade de recordar um aspecto importante do evento traumático (que caracteriza a amnésia dissociativa).
  • o evento traumático reaparece em sonhos; em flashbacks; em ilusões; em pensamentos que ocorrem mesmo sem sua vontade, como se não pudesse controlá-los;
  • – tentativa de evitar estímulos ou situações que recordem o incidente;
  • – pode também apresentar: ansiedade, dificuldade para dormir, concentrar-se, inquietação motora, hipervigilância, irritabilidade etc.

Esses sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento pessoal, laboral, social e familiar, dificultando a realização de tarefas necessárias e costumeiras e prejudicando as relações interpessoais.

Duração: mínima de dois dias e máxima de quatro semanas. Após esse período tanto pode haver a elaboração da situação traumática, com o desaparecimento espontâneo dos sintomas ou a evolução para outros transtornos como o de estresse pós-traumático, o psicótico breve, a depressão, entre outros.

Nesse sentido, as intervenções breves nos momentos de intensa angustia provocada pelos incidentes críticos ajudariam no restabelecimento do funcionamento mental, com a mobilização de recursos egóicos mais adaptativos para lidar com a situação.

DSM-IV – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

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