Solteiro ou Casado?

“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é…” (Caetano Veloso)

Na sociedade pós-contemporânea encontramos vários estilos de vida, de composições sociais, conjugais e familiares, mas ainda nos encontramos inseridos nos emaranhados do imaginário social, que sempre acaba remetendo ao certo/errado, por mais que tentemos escapar.

Entre essas questões polêmicas encontra-se o estado civil e o gênero. O que é melhor, ser solteiro ou partilhar a vida com alguém, independentemente do gênero ou da legalização civil ou religiosa? Qual caminho seguir? Alguns se questionam, outros procuram repetir o padrão familiar, outros se lamentam de suas escolhas, outros ainda conseguem ouvir seus anseios…

Essa questão envolve valores pessoais, familiares, sociais, culturais; nível de desenvolvimento psíquico; autoestima; formação religiosa; nível socioeconômico; sexualidade; carreira profissional, entre outros, o que amplia a complexidade da escolha e dos critérios utilizados em dado momento da vida.

É salutar pensar que as escolhas ocorrem dentro de determinados contextos pessoais e sociais, e que podem ser revistas, modificadas, para atender as expectativas e necessidades de cada um, o que necessariamente não implica em rompimentos, mas em ressignificações provenientes de uma escuta interna.  A consciência dos próprios desejos, necessidades, limitações possibilita aceitar a mutabilidade da vida e das situações, em busca de uma melhor qualidade de vida e da tão ansiada “felicidade”.

Ser solteiro ou casado implica em bônus e ônus, que dependem do estilo de vida, do tipo de vinculação que cada qual estabelece com o outro, seja esse amigo, familiar, companheiro, filhos… e, principalmente de  como a pessoa lida com a afetividade, com proximidade, intimidade, frustrações, perdas, autonomia, despedidas, liberdade, responsabilidade. O quanto cada um quer ou teme comprometer-se com o outro, partilhar, construir, investir afetivamente em ser solteiro ou “casado”. O quanto consegue discriminar que o torna mais pleno, mais feliz nessa etapa da vida.

Considero que o importante não é se apegar a posições, bandeiras, ideologias, temores, mas poder buscar aquilo que mais corresponda a suas demandas internas. Solteiro ou Casado? Na realidade o importante é se encontrar e ser feliz do seu jeito, aprendendo a conviver consigo mesmo e com a realidade, tendo sempre a coragem de se repaginar.

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