O Processo de Adoção

                 0 processo de adoção gira em torno de importantes aspectos: o adotado e sua história; aqueles que adotam (motivações, expectativas,  nível de desenvolvimento emocional); aqueles que colocam seu filho para a adoção; tipo de adoçã;, contexto familiar, social, religioso.

O processo de adoção é irreversível, por isso deve haver um preparo, uma triagem, um processo de desenvolvimento desse desejo, uma maturação para enfim chegar-se ao ato de adotar, que envolve uma modificação na vida de todos os envolvidos, com ganhos e perdas, tanto ao nível prático quanto psíquico e familiar.

Pode adotar qualquer pessoa maior de 18 anos, independente de estado civil e condição socioeconômica – com diferença de 16 anos do adotando, que possa oferecer  um ambiente familiar adequado, atendendo às necessidades básicas da criança ou adolescente.

“O cônjuge ou uma pessoa com união estável pode adotar o filho do companheiro quando a criança/adolescente não teve o reconhecimento da paternidade ou maternidade de um dos pais biológicos, com a concordância judicial deles, ou ainda quando houve destituição do poder familiar” (Levinzon, 2014, p.6).

Para os adotantes o processo legal é como uma gestação sem prazo definido, sem idade certa da criança que virá e como virá; os futuros  pais ficam ´”grávidos”, tecendo fantasias, expectativas, temores…..

Mas quais suas motivações para tomarem esse passo? A mais comum é a infertilidade, ocorrendo também o desejo de agradar o parceiro que quer a adoção; a idade da mãe; a perda de um filho; questões religiosas; ideologias; temor de uma gravidez; desejo de escolher o sexo e “encontrar a criança pronta”, “diminuindo” os riscos; não ter paciência de cuidar de um bebê e preferir uma criança mais crescida; caridade, entre outras.

No processo legal, a Ficha de Inscrição a ser preenchida com as características desejadas como idade, cor da pele, sexo, necessidades especiais, restrições quanto a historia de vida  (traumas, abusos….), restrição quanto ao tempo em abrigos, ajuda o(s) adotante(s) a examinarem suas expectativas e motivações, bem como seu preparo e possibilidade de criar um espaço físico e afetivo para um outro ser em suas vidas.

Quem pode ser adotado?  Crianças e adolescentes até 18 anos, desde que os pais sejam falecidos, ou desconhecidos ou destituídos do poder familiar, ou ainda, pais  que concordarem com a adoção. Cabe notar que pessoas maiores de 18 anos, podem ser adotadas por meio de sentença constitutiva e com a assistência do Poder Publico.

Fatores que podem levar à decisão de colocar um filho para adoção: idade da mãe; condição socioeconômica (pobreza extrema); saúde física e psíquica dos pais, alcoolismo, adição à drogas;  mães solteiras e/ou adolescentes que não tem como criar a criança; perda do pátrio poder por                                       maus-tratos físicos, abuso sexual, negligência, abandono, atos contrários a moral e aos bons costumes; não obediência as determinações judiciais.

As questões psíquicas que envolvem o processo de adoção toca na ferida narcísica de todos os envolvidos: dos adotantes (não terem os próprios filhos, logicamente isso esta intimamente ligado as motivações para a adoção), do adotado (ter sido preterido pelos pais biológicos) e dos que colocam o filho para adoção (não terem dado conta de criá-los, pelas mais diversas razões).Quanto mais acentuadas forem as dificuldades em lidar com os sentimentos em relação ao filho adotivo, mais difícil será conversar com o mesmo sobre o ser adotivo, sobre os pais adotivos.

A forma como se conta ou esconde a adoção, está imbuída de medos, fantasias, culpas  –  de ter tirado o bebê de alguém e o temor de perdê-lo (isso por vezes dificulta o desenvolvimento do vinculo com a criança  pelo temor da perda),  necessidade de denegrir os pais biológicos. Quanto mais elaborada a adoção pelos adotantes, mais fácil será lidar com esse fato ao longo da vida, com todas as duvidas e questões que envolve o crescimento dos filhos e seu estar no mundo.

As historias mal contadas, omitidas, distorcidas, fantasiadas, acabam minando a relação pais-filhos, dificultando assim o desenvolvimento saudável de todos, com angustias, apreensões, discussões, momentos de prazer, felicidade, partilha, crescimento….

Levinzon, 2014, sugere alguns filmes :A família do futuro;  O pequeno Stuart Little; Superman: o filme; Bernardo e Bianca; Mogli- o menino lobo.

Sugiro também: O som  do coração – Kirsten Sheridan, 2007; Segredos e Mentiras – Mike Leigh, 1996; Inteligência Artificial – Steven Spielberg, 2001; Destinos ligados – Rodrigo Garcia, 2009; Philomena –  Stephen Frears, 2013.

Referencias:

Angaad(Associação Nacional dos Grupos d e Apoio à Adoção. http://www.angaad.org.br

Levinzon, G.K. Tornando-se Pais a Adoção em todos os seus passos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2014.

Portal da Adoção www.portaldaadocao.com.br

 

 

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Para o topo