O mundo infantil e suas adversidades

O ser humano é concebido na adversidade de um mundo complexo, inserido em um grupo familiar que por sua vez pertence a um contexto social, cultural, religioso, econômico, educacional…

Está à mercê da saúde mental de seus pais ou cuidadores enquanto indivíduos, da forma como lidam com suas frustrações, capacidades, habilidades, oportunidades, afetos, emoções, suas expectativas, seus limites, capacidade de vincular-se, de adaptar-se.

Essas condições enquanto indivíduos relacionam-se intimamente com o tipo de escolha de parceiro, da possibilidade de estabilidade ou volatilidade da relação e tipo de troca afetiva que essa união proporcionará, podendo ou não desejar ter filhos ou gerar filhos.

Além do mais, qual o espaço para uma criança na vida desses pais (por vezes adolescentes), qual o espaço emocional que lhe é reservado nessa relação de casal (homo ou heteroafetivo), levando-se em consideração que por vezes essa relação é tão efêmera e fluida que mal chega a ser constituir?

Independentemente da matização desses fatores, a criança desde sua concepção necessita de cuidados básicos – saúde, moradia, alimentação, atenção. Precisa de alguém disponível para recebê-la, apresentar-lhe o mundo, protegendo-a e amparando-a.

Partindo-se da premissa que a saúde emocional se constitui do emaranhado de aspectos constitucionais, relacionais, ambientais, torna-se premente o cuidado do grupo familiar, a atenção a quaisquer membros que enfrente dificuldades ou apresente patologias diagnosticadas, pois a saúde de cada membro relaciona-se e interfere na saúde dos demais, em qualquer faixa etária.

No caso da criança, essa merece atenção especial, pois seu desenvolvimento será marcado por essas vivências, que perceberá com suas lentes ainda precárias e distorcidas de ver o mundo, interferindo em suas vivências íntimas e padrão de relacionamentos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Para o topo