A vida e seus momentos críticos

A vida é repleta de surpresas, desafios, duvidas, alegrias, tristezas… A grande questão é como passamos pelas adversidades, o impacto das mesmas em nossa vida. Algumas vezes as situações novas e que nos desafiam são previsíveis, como a entrada na adolescência, na menopausa, o casamento ou a decisão de partilhar a vida com alguém, o término de um curso universitário, a entrada na universidade, a aposentadoria… Outras vezes somos pegos de surpresa, uma gravidez não planejada, uma demissão, uma perda por morte ou decisão do outro, uma traição, um acidente natural, um acidente mecânico, uma doença grave, entre outras coisas.

Essas situações provocam uma crise, de diferentes dimensões dependendo do momento de vida e da vulnerabilidade de cada um naquele momento. Quando a pessoa já passou por outros momentos difíceis e conseguiu superá-los ou absorvê-los de forma construtiva, então se sentirá mais preparada para lidar com as novas adversidades, mas nem por isso menos mobilizada.

Um momento de crise sempre leva a desestabilização do status quo, da área de conforto, sendo que as respostas, soluções que até então empregávamos não mais satisfazem, havendo a necessidade de buscar alternativas, seguir por caminhos até então desconhecidos ou poucos conhecidos, o que mobiliza duvidas, insegurança, medos, podendo abalar a autoestima.

Nesses momentos é muito fácil deixar se enganar por soluções mágicas, fáceis que correspondam ao nosso desejo de superação rápida da situação, sem alteração de nossa forma de pensar, sentir, viver, como se a resolução pudesse vir de fora, do outro, voltando-se no tempo em que o problema não existia.

Podemos nos tornar vulneráveis a buscar outras crenças, religiões que justifiquem nossas dificuldades, alternativas místicas (cartomantes, quiromantes…), acreditarmos em tudo o que lemos no google, em fake news – em suma, lemos, ouvimos, cremos no que desejamos, sem nos importarmos com a veracidade das fontes, sem uma reflexão critica, sem nos indagarmos sobre as possíveis consequências. Enquanto estamos envoltos em tais processos por vezes nos afundamos ainda mais nos problemas que exigem uma mudança de postura advinda de uma reflexão, de uma avaliação realística da realidade e de nossas possibilidades.

Por vezes podemos abandonar tratamentos médicos, psicológicos, orientações jurídicas o que poderá aprofundar as dificuldades. Esses momentos críticos implicam em uma encruzilhada entre saúde e enfermidade mental – são momentos de dor, sofrimento, por vezes de desespero e tristeza. Nem sempre conseguimos passar por eles sem apoio de familiares, amigos e mesmo de profissionais de saúde mental.

Buscar ajuda, permitir-se ajudado, chorar, não é fracasso, mas sim dar-se a oportunidade de autoconhecer-se, de desenvolver suas potencialidades e utilizar seus recurso internos  em prol de sua saúde mental.

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