13 Reasons Why

13 Reasons Why

É uma série de TV americana, adaptada por Brian Yorkey com base no livro de Jay Asher – Os 13 Porquês (2007, Editora Ática), com a primeira temporada disponível na Netflix.

 Trata-se de uma história complexa que aborda situações que ocorrem com um grupo de adolescentes que frequentam o curso secundário de um Colégio e se preparam para ingressar na Universidade.

Essa convivência é marcada pela busca de poder, de popularidade, pela necessidade de auto-afirmação e inclusão entre os “melhores”, a qualquer preço. Nesse contexto existe a persuasão, a intimidação, a amizade ou inimizade por conveniência, o bullying, o bullying cibernético, a violência psicológica, a violência física e sexual (estupro), culminando com o suicídio e o que o mesmo mobiliza.

Retrata a turbulência pela qual passa o adolescente em graus variados, em sua busca pela identidade, com a necessidade de lidar com seus lutos, medos, ansiedades e desafios. Isso ocorre com a participação e co-participação daqueles que fazem parte de sua vida – colegas, redes sociais, professores, orientadores, família, sendo que o grupo de iguais possui um grande peso, ficando em geral em primeiro plano.

Essas vivências encerram tanto um potencial de fortalecimento, reflexão, crescimento, como podem ser desencadeantes de ansiedade, medo, confusão mental, depressão, desesperança, agressividade, isolamento… Essa ambivalência é própria dessa fase do desenvolvimento, a grande questão é saber quando está se tornando insuportável, quando o pêndulo está oscilando para o lado autodestrutivo.

Essa série tem mobilizado discussões que envolvem entre outros aspectos:

– o papel da escola e de sua responsabilidade em detectar e abordar a questão do bullying (o que observamos é a omissão ou negação do bullying, mesmo com tantas câmeras nas escolas) tanto praticada entre iguais quanto por professores em relação aos alunos;

– o papel da família, de sua dinâmica em possibilitar em maior ou menor grau que o adolescente possa sentir-se acolhido para verbalizar suas necessidades, sofrimentos, dúvidas;

– a observação pelos membros da família de mudanças no comportamento do jovem, indicativas de que algo não está bem e que poderiam alertar para o uso de álcool, drogas, automutilações, comportamentos autodestrutivos, bullying, sintomas depressivos, disruptivos…

– a observância desses mesmos aspectos no âmbito acadêmico, no grupo de iguais;

– a necessidade de se discutir os tipos de violência, entre elas a sexual, questão ligada a forma como a pessoa vê a si mesma e ao outro, como percebe a relação entre parceiros afetivos, o que passa pela vivência da própria sexualidade e das experiências no âmbito familiar;

– a questão do estupro;

– a questão do suicídio na adolescência;

– a responsabilidade de conselheiros, psicoterapeutas…

Essas questões têm mobilizado adolescentes, pais, educadores, profissionais de saúde mental para a importância de atentar para os sinais de dificuldades e sofrimento, sendo que o adolescente em geral tende a não nomear seus sentimentos e necessidades, mascarando-os ou não solicitando ajuda diretamente.

Segundo várias publicações essa série aumentou o número de busca por ajuda por parte dos adolescentes em serviços como o Centro de Valorização da Vida de forma expressiva. Cabe agora aproveitar esse gancho para discutirmos essas questões nos mais variados âmbitos.

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