Depressão na Infância – Fique alerta!

A Depressão Infantil é um transtorno de humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir com seu processo de maturidade psicológica e social.

Um dos fatores a serem considerados em sua detecção precoce é a crença de que a criança não pode sofrer de transtorno depressivo por não vivenciar a complexidade da vida adulta, sendo assim, não teria com o que se preocupar ou entristecer. Tal crença também parece aliviar o sentimento de culpa despertado nos pais.

Nesse sentido, torna-se fundamental a participação de pediatras, médicos, educadores, cuidadores, pais, para a detecção precoce dessa dolorosa patologia.  Um dos instrumentos mais eficazes é a informação e a desmistificação, por meio de palestras, recursos da mídia, capacitações.

Cada pessoa tem um nível de sensibilidade, capacidade de absorção e elaboração em um dado momento de vida. Cabe notar que a criança é um ser em desenvolvimento que está aprendendo a conhecer o mundo, as relações, as aventuras e desventuras da vida, de acordo com o que lhe possibilita, naquele momento, “suas lentes de ver e compreender o mundo”, sempre amparada pelas lentes de seus responsáveis por lhe mostrar e ajudar a significar o mundo, de acordo com sua idade.

As mudanças em seu comportamento, desinteresse por coisas que antes lhe despertavam interesse, agitação ou apatia, falta de alegria, de concentração…  devem estar presente por alguns dias, não sendo apenas esporádica e identificada como uma reação à frustração, uma manipulação do ambiente.

A depressão  pode comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir com seu processo de maturidade psicológica e social. A pessoa deprimida sente que nunca é capaz de obter sucesso, fazer algo certo, considerando-se sempre fracassada, pouco amada, capaz, merecedora, o que vai minando cada vez mais sua baixa autoestima, passando a acreditar em sua incapacidade e culpa.

Áreas que podem apresentar comprometimento:

– PENSAMENTO – dificuldade de atenção, concentração, indecisão, pensamentos mórbidos (sempre algo ruim está para acontecer com ela ou com as pessoas amadas), sensação de inutilidade e culpa excessivas, memória, raciocínio

– EMOÇÃO– abatimento, irritabilidade, interesse ou prazer reduzido, falta de expressão ou variação emocional

– COMPORTAMENTO – dificuldades familiares, com colegas, na escola – deterioração dos vínculos

-Alteração do sono, apetite, sentindo-se  fadigada e sem energia, o que por vezes é confundido com preguiça.

Sintomas clássicos – tristeza, ansiedade, expectativa pessimista, mudanças no hábito alimentar e no sono,problemas físicos, como dores inespecíficas, fraqueza, tonturas, mal estar geral que não respondem ao tratamento médico habitual.

Na criança em geral a sintomatologia é atípica – máscara de irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia. Crianças mais novas, devido à falta de habilidade para uma comunicação que demonstre seu verdadeiro estado emocional, também manifestam a Depressão atípica, notadamente com hiperatividade.

 

Referência:MILLER, J.A. O livro de referencia para a Depressão Infantil.S.P. M. Books, 2003.

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