Considerações sobre a ANTIPATIA

A antipatia é um sentimento que se expressa por uma “aversão espontânea e instintiva; por repugnância” (Ferreira, 1986), que sente uma pessoa pela outra, em diferentes graus, sem motivação aparente e que foge a uma explicação racional.

Por ser a antipatia uma manifestação espontânea e instintiva, caracterizada pela aversão, pela repugnância, é esperado que se manifeste à primeira vista, bem como seu par de oposto (simpatia) e parece estar relacionada à empatia, em qualquer faixa etária. Ela se manifesta muitas vezes sem uma motivação aparente e sem explicação racional. È comum ouvirmos “… ela não me fez nada, mas sei por que não gosto dela”; ““… quando nos vimos senti uma coisa, não gostei”; “..nossos santos não bateram” e assim por diante.

Essa impressão em geral é motivada por questões que fogem da esfera consciente, sendo comum sua motivação ser origem inconsciente – por tocar em pontos, em aspectos de nossa vida ou personalidade que preferimos fugir ou negar, ou por serem muito semelhantes “dois bicudos não se bicam”, ou por serem muito adversos “como a água e o óleo”. Por vezes essa pessoa nos lembra de outra, que tanto pode ser alguém que admiramos ou “invejamos” ou gostaríamos de ser igual/ ou pelo contrário nos lembra de alguém “que odiamos”, ou até mesmo alguém por quem estamos apaixonadas e “ainda não sabemos” CUIDADO COM AS PAIXOES QUE AINDA SE ESCONDEM ATE DE VOCE MESMA. Existe um ditado popular muito interessante e sábio – quem desdenha quer comprar.

A antipatia pode ser uma projeção de aspectos inconscientes no outro, com valência positiva ou negativa. Alguns aspectos/características que podem estar na raiz da antipatia que sentimos: o preconceito; a inveja; a discordância de estilos ou opiniões; a dificuldade de lidar com a competição, com as diferenças; a beleza ou a feiura; o temor do desconhecido, do diferente; a popularidade do outro…

Por vezes sentimos dificuldade em diferenciar se a antipatia é apenas uma cisma ou se há algo concreto que a justifique. Nesses casos é importante verificar se as características nos que incomodam também incomodam as pessoas de outros grupos; se essa pessoa de fato fez algo que vai contra nossos valores e princípios morais; se essa pessoa de fato é maldosa e manipulativa; se de fato é falsa ou se estamos com raiva por que ela pode ser um competidora a nossa altura.

A antipatia nem sempre é algo negativo, por vezes pode estar ligada à intuição, funcionando como uma proteção, mas a grande dificuldade é fazer essa diferenciação. Só o tempo, a reflexão e uma aproximação cuidadosa dessa outra pessoa podem auxiliar nesse processo de diferenciação.

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