Aspectos clínicos da representação do desenho da casa em pacientes esquizofrênicos

Autores: Rita Aparecida ROMARO e Sonia Regina LOUREIRO
Revista Arquivos Brasileiros de Psicologia;42(3):122-133, jun.-ago. 1990. ilus, tab.

A representação do desenho da casa simboliza o auto-retrato do indivíduo, seu mundo de relação e contato com o real, podendo as alterações nessa representação serem expressivas de comprometimentos psicológicos. Objetivamos levantar os índices característicos da representação da casa em 100 pacientes adultos, de ambos os sexos, diagnosticados como esquizofrênicos, do ponto de vista psiquiátrico e psicodiagnóstico, atendidos através do Serviço de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, destacando-se os seguintes aspectos: tamanho, localização, posição, traçado, orientação, elementos essenciais e acessórios. Procedeu-se à listagem e à definição dos índices relativos a integração e orientação, seguindo-se para as outras categorias as definições propostas pela literatura. Em seguida, os protocolos foram classificados, concomitantemente, por duas psicólogas com experiência clínica. Os dados foram discutidos em função do valor significativo dos índices, sendo que alguns índices, analisados isoladamente, pareceram comuns a uma população considerada normal, e outros índices, também isoladamente, caracterizam defesas empregadas no esforço para manter uma aparente adaptação, mas denotando a superficialidade nos contatos interpessoais, a tênue integração do pensamento e os prejuízos no contato com o real, além da pouca plasticidade dos mecanismos defensivos, característicos do grupo esquizofrênico.

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